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Luighi sugere exclusão do Cerro Porteño da Libertadores sub-20 por caso de racismo

Segundo o jovem atacante, ele foi falar com o árbitro e policiais sobre e só foi lhe recomendado sair de campo.

09/03/2025 16h52
Por: Marcio Cerny Fonte: Agência Estado
Foto: Marcio Cerny / Marechal News
Foto: Marcio Cerny / Marechal News

Vítima de racismo por parte de um torcedor nas arquibancadas do Estádio Gunther Vogel em partida entre Palmeiras e Cerro Porteño pela Libertadores sub-20, Luighi revelou que denunciou a agressão às autoridades em campo, mas sem obter as respostas que queria.

Segundo o jovem atacante, ele foi falar com o árbitro e policiais sobre e só foi lhe recomendado sair de campo.

Por conta disso, quer medidas drásticas, como a exclusão dos paraguaios do torneio.

Emocionado após o jogo, deu uma entrevista, chorando, que repercutiu no mundo e, agora, criticou as “cartinhas” de CBF e Conmebol prometendo atitudes.

Para o jogador, as mudanças só ocorreriam se afetasse o calendário e participações em campeonatos do clube envolvido.

O Cerro Porteño, punido em US$ 50 mil (cerca de R$ 289 mil em conversão direta) e portões fechados, enviou, justamente, uma carta à presidente do Palmeiras, Leila Pereira, desculpando-se pelo ocorrido e prometeu contribuir nas investigações para identificar o torcedor responsável.

Luighi, no entanto, não acredita que essas manifestações, por parte de clubes e entidades, sejam suficientes.

“A gente está cansado de cartinha de Conmebol e CBF falando que vai mudar e nunca muda.

Duvido que se eles fossem excluídos de uma Libertadores, se fariam de novo.

Não ia fazer”, ressaltou em entrevista ao Esporte Espetacular, da Globo.

O jogador revelou que foi “ignorado” ao denunciar o caso para as autoridades em campo.

“Falei com o árbitro, falei que me chamaram de macaco”, relembrou, contando sobre como o juiz reagiu em seguida.

“Ele só pediu para eu sair do campo, parecia que não ligava para o que aconteceu.”

Os policiais designados para o confronto, segundo o atleta, também não reagiram. “Infelizmente, não fizeram nada”, pontuou.

“Tava muito triste.

Vou me lembrar desse dia para o resto da minha vida”, lamentou.

De fato, Luighi saiu transtornado de campo e ficou ainda mais incomodado por não ter sido questionado pelo repórter de campo sobre o caso de racismo.

“Tenho muito orgulho da minha fala (em que interpela o repórter e revela a agressão).

Fui muito corajoso e forte.

Peço que as pessoas sejam fortes para falar e não deixar passar batido”, acrescentou.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse que o caso já chegou ao conhecimento da entidade máxima do futebol mundial e prometeu atitudes drásticas.

Em nota publicada nas redes sociais, declarou que o compromisso na luta contra o racismo vai “além das palavras”.

“Continuamos a implementar medidas rigorosas, reforçar sanções e expandir os programas educacionais para erradicar a discriminação”, escreveu o dirigente.

Inspirado por Vinícius Júnior, hoje um dos maiores personagem das causas contra o preconceito no esporte, Luighi disse ainda que essa será uma de suas “bandeiras”.

“Ser como o Vini, corajoso para, se um dia acontecer de novo, eu ter essa coragem de falar”, prometeu o atacante.

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